quarta-feira, 25 de março de 2015

Educação não é mercadoria!

Quando fui iniciado no curso de Direito, em 2013, não dei a devida atenção às palavras proféticas da mãe do meu amigo Pedro, quando ela nos disse: "Esse será um dos momentos mais difíceis da vida de vocês." De lá pra cá, venho sentindo na pele, diariamente, essas dificuldades múltiplas. Não só quanto as dificuldades intelectuais que todo mundo normalmente tem, mas também com o convívio social do Campus e a Burocracia excessiva da universidade privada em que estudo (É desnecessário citar o nome da Universidade do "Homem da Forbes, todos conhecem), em fim! 

Começa o semestre, seleciono numa planilha os conteúdos simetricamente flexionados com os meus horários, com direito a pausas pra meditações, mas parece que isso não é o suficiente! Sempre surgem imprevistos burocráticos, transito cada vez mais demorados, escassez de conteúdos pra pesquisa, assuntos pessoais pendentes, falta de livros na biblioteca, salas de informática lotadas... BOOM! Cá estamos nós entrando na República do Pandemônium. 

Como um aluno pode se desenvolver intelectualmente num local em que ao invés de facilitarem o seu acesso ao aprendizado, ele é coagido a entrar  numa série de armadilhas ocasionadas pela falta de estrutura? 
- Educação não é mercadoria! - 


segunda-feira, 23 de março de 2015

Coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz. Coragem, coragem, eu sei que você pode mais ♪


Estava tocando uma das músicas de Raul Seixas, que deu título a este poster, em uma simpática ruela do Rio de Janeiro. Tocava em um daqueles botecos perdidos na Lapa. Imaginei os caminhos que já havia percorrido com o meu amigo, MC Zen. 

Caminhos não apenas geográficos, riscados num mapa, mas também barreiras psicológicas e intelectuais que tivemos que enfrentar. Coragem! Uma das poucas armas de que minha alma dispunha no momento. Rodei as estradas de meio Brasil, na Caravana da UNE, construindo laços e me inspirando em terras irmãs que ao mesmo tempo me eram tão paradoxalmente estranhas. 

Não foi só a maluquice, os sulcos na BR, ou o vai e vem do ônibus que mais "mexeram" com minha mente, porém o calor Humano e a identidade comum que todos os nossos brasis compartilham. Na estrada observei muitos contrastes, mas oque mais me atraiu foi a cordialidade e a alegria simples que notei em todos os meus conterrâneos. Aprendi a amar mais o meu país e agradeço ao movimento estudantil pela oportunidade.

O sonho e o feijão

O ser humano é um bicho complicado, pois a contradição é quase sempre regra em seu comportamento. E também a distância entre aquilo que ele concebe idealmente e aquilo que ele põe em prática no dia a dia é um abismo imensurável. Eu não sei se é coisa da nossa cultura, mas essa divisão é tão aparente que a todo instante... Quero dizer... Não há um concilio entre os sonhos, nos quais se descobre a verdadeira vocação, e a mera busca pelo satisfação das necessidades básicas. Logo, tudo que foge pela tangente nessa busca medíocre e se torna motivo de escarnio. 

Quantas vezes você já não ouviu alguém te dizer: "isso não dá dinheiro", "Não deu certo com fulano", "No Brasil? Não vai dar certo!", entre outras centenas de frases desestimulantes. Falta à nossa cultura a tolerância às pessoas que estão nessa busca dos seus sonhos. Talvez, esse seja um dos passos fundamentais para sairmos do buraco educacional no qual estamos atolados. 

Não que eu represente nenhum exemplo em meio a isso tudo, muito longe disso!, mas imagino que esse pessimismo não atinge apenas à mim, porém todos que estão submersos nessa cultura da busca frustrada pelo feijão e a marginalização total dos sonhos.

domingo, 22 de março de 2015

Devaneios em Prosa

A chuva desaba por trás das minhas janelas, de modo que parece um diluvio saído do Gênesis... Ora, não acredita em mim? Então, tente perguntar a alguém do Recife se estou exagerando. No entanto, o calor é escaldante entre as quatro paredes do meu desorganizado quarto, por isso o chamo de Caverna, uma mistura da prisão platônica e as cavernas do paleolítico (Hahaha). 

Numa das paredes há uma pequena frase, no Latim de Dante: "Lasciate ogni speranza voi che entrate." Marca de uma época intelectualmente confusa para alguns, que é a adolescência humana. Em cima desta, substituindo-a, escrevi: "Sapientiam autem non vencit malitia." Frase do livro de sabedoria, que descreve bem a minha atual busca... O vinho está ficando quente... Suponho que você já ouviu falar, ou mesmo experimentasse, daqueles vinhos vagabundos que sempre nos dão uma horrorosa dor de cabeça?! Pois é, nasci com uma fútil imunidade a eles. 


A alguns dias me ponho a ler Dostoiévski, que é um grande autor russo. Os personagens possuem um complexo fluxo de consciência que, pra mim, se tornou quase impossível imita-los. Não sei nem como conseguiram traduzir toda essa riqueza.